Autor viciado em café e anarquia

LIVRO, CAFÉ, POETA OU POESIA

Escritos que se dizem poéticos,
Decerto não acadêmicos, eu diria,
Liberando toda expressão contida
Em livro, café, poeta ou poesia.

Memória esculpida em letras
Promessas, pretensões, dia a dia
Para que enfim, no fim transforme-se
Em livro, café, poeta ou poesia.

Fechado na escuridão do quarto
Na solidão da biblioteca fria
Sobre o peito da que se sentiu tocada
Sinto-me livro, café, poeta ou poesia.

Sob lúdico instante de graça
Quando o desejo de ser lido ardia
Enquanto despercebida a vida passa
Passo a ser livro, café, poeta ou poesia.

Descanso sem hora marcada
E comungo beijo que inebria
Se nem toda canção agrada
Imagine livro, café, poeta ou poesia.