Etiqueta: poesia
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ESQUEÇAM-SE DE QUE UM DIA FUI VIVO
Hoje eu rasguei a minha carta de alforria, Cavei um buraco para atirar meu corpo Clamei pelos bafejos da morte, amaldiçoei a vida Reuni corvos, urubus e outras aves de rapina Em torno de minha alma que também sofria. Relapso hoje, ontem um bakuninista Vítima algemado a um país católico petista De bandidos a senadores…
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BEIJO
Lábios, boca com bocaCalor, língua na línguaNão há quem negue uma gotaQuando o assunto é saliva. Dizem haver risco de ficar loucaOu de permanecer à mínguaPara sempre, virgem de boca?Sai pra lá, mente exígua! Eu também quero meus beijosE em dobro dos que eu der,Fodam-se dogmas, moral e pejosQuero boca salivada… os dedosTambém meus peitos…
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INÉRCIA
Eu sou! Há prepotência nessa afirmação Já que desprovido de sonhos estou, Sem voz, sem vez, sem ação. Sou existência cinza, admito De vida resumida ao preto e branco Do choro diário sem pranto Da desilusão social, do desencanto. Às vezes busco de mim um descanso Afasto-me dos reais dissabores Sorvo meu café… invento amores…